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O Poder das Primeiras Impressões: Como o Efeito Halo molda o sucesso do seu negócio

  • Foto do escritor: Gisele Toretti
    Gisele Toretti
  • 8 de mai.
  • 3 min de leitura

Você já confiou em uma marca só porque o site era bonito, o atendimento rápido ou a embalagem bem feita? Isso não é coincidência — é o Efeito Halo em ação.


Esse viés cognitivo, identificado por Edward Thorndike em 1920, mostra como a percepção de uma única característica positiva pode influenciar o julgamento geral de uma pessoa, produto ou empresa, mesmo sem evidência real para isso.


Thorndike observou que oficiais superiores nas Forças Armadas tendiam a atribuir múltiplas qualidades positivas a soldados que pareciam agradáveis ou confiáveis — mesmo sem comprovação prática.


Esse efeito foi aprofundado por Solomon Asch (1946), que mostrou como certos traços dominantes moldam toda a nossa impressão sobre alguém. Anos depois, Nisbett e Wilson (1977) reforçaram que muitas das nossas avaliações são automáticas e inconscientes.


Esses estudos clássicos encontram respaldo na psicologia moderna. Em "Rápido e Devagar" (2011), Daniel Kahneman explica que nossas decisões são guiadas por dois sistemas: um lento e racional, e outro rápido, intuitivo e propenso a vieses como o Efeito Halo. É por isso que, em frações de segundo, tomamos decisões com base em impressões superficiais e confiamos nelas.


Essa velocidade de julgamento foi medida em laboratório por Willis & Todorov (2006), da Universidade de Princeton. Em seus experimentos, pessoas formavam julgamentos de competência, simpatia e confiabilidade com apenas 100 milissegundos de exposição a um rosto.


No contexto do consumo, esse fenômeno se traduz em decisões baseadas em aparência e apresentação. Um estudo de Fenko et al. (2010) mostrou que embalagens com acabamento brilhante, mesmo sem alteração no produto, geravam mais satisfação nos consumidores. Ou seja: a estética do primeiro contato pode influenciar diretamente a percepção de qualidade e valor.


Quando falamos de marca, não podemos ignorar Kevin Lane Keller (1993). Segundo ele, a construção do brand equity (o valor percebido da marca) depende profundamente das primeiras associações mentais que o consumidor forma. Isso conecta diretamente com o Efeito Halo: se o primeiro contato é positivo, todo o resto tende a ser avaliado de forma mais favorável.


Esse efeito não está restrito aos tempos analógicos. Estudos recentes mostram que ele ganhou novas formas na era digital. Em 2024, Gulati & Martínez-Plumed, do instituto europeu ELLIS Alicante, descobriram que vídeos com filtros de beleza (em plataformas como TikTok) não apenas aumentam o engajamento, mas também geram a percepção de maior inteligência e autoridade por parte da pessoa no vídeo. Ou seja, o embelezamento digital cria um "halo" que afeta até a credibilidade do conteúdo.


Complementando essa visão, a empresa Fospha publicou um estudo em 2024 mostrando que campanhas no TikTok geram Efeito Halo em outros canais pagos e orgânicos, como Meta Ads e buscas no Google.


Isso quer dizer que o impacto positivo de uma marca no TikTok pode melhorar a performance geral de marketing em outros meios — mesmo que os usuários não tenham interagido diretamente com o anúncio da plataforma.


Para empresas de todos os portes, esse conhecimento é ouro. Muitas vezes, recursos são limitados, mas os pontos de contato iniciais, como design do site, agilidade no atendimento, clareza do orçamento, tom da comunicação e até a embalagem, são determinantes.


Ao focar em criar uma primeira impressão intencionalmente positiva, a empresa colhe frutos em confiança, menor sensibilidade a preço e maior lealdade do cliente.


Conclusão

O Efeito Halo não é apenas uma curiosidade da psicologia: é um mecanismo poderoso que pode ser trabalhado estrategicamente no marketing. Ao reconhecer seu impacto e aplicar esse conhecimento de forma prática, empresas de todos os tamanhos podem transformar pequenas ações em grandes resultados.


Referências:

  • Thorndike, E. L. (1920). A constant error in psychological ratings. Journal of Applied Psychology, 4(1), 25–29. https://doi.org/10.1037/h0071663

  • Asch, S. E. (1946). Forming impressions of personality. Journal of Abnormal and Social Psychology, 41(3), 258–290. https://doi.org/10.1037/h0055756

  • Nisbett, R. E., & Wilson, T. D. (1977). The halo effect: Evidence for unconscious alteration of judgments. Journal of Personality and Social Psychology, 35(4), 250–256. https://doi.org/10.1037/0022-3514.35.4.250

  • Keller, K. L. (1993). Conceptualizing, Measuring, and Managing Customer-Based Brand Equity. Journal of Marketing, 57(1), 1–22. https://doi.org/10.1177/002224299305700101

  • Kahneman, D. (2011). Thinking, Fast and Slow. New York: Farrar, Straus and Giroux.

  • Willis, J., & Todorov, A. (2006). First Impressions: Making Up Your Mind After a 100-Ms Exposure to a Face. Psychological Science, 17(7), 592–598. https://doi.org/10.1111/j.1467-9280.2006.01750.x

  • Fenko, A., Schifferstein, H. N. J., & Hekkert, P. (2010). Shiny packaging: Contrast in visual texture and its impact on product perception. Food Quality and Preference, 21(8), 865–872. https://doi.org/10.1016/j.foodqual.2010.04.004

  • Gulati, R., & Martínez-Plumed, F. (2024). Beauty Filters Enhance Perceived Intelligence and Authority in Short Videos. ELLIS Alicante Research Center. [Pré-publicação – disponível em: https://ellisalicante.org/research]

  • Fospha (2024). TikTok Halo Effect: How TikTok Ads Drive Incremental Performance Across Channels. Fospha Marketing Intelligence. [Relatório técnico – disponível em: https://www.fospha.com]

 
 
 

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